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ELES ANDEM AÍ — O JOGO PARA TODAS AS CARTEIRAS @ Adriana Geraldes


ELES ANDEM AÍ 

— O JOGO PARA TODAS AS CARTEIRAS —

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“Eles Andem Aí” é um projecto que surge da necessidade de problematizar a relação entre capitalismo, consumidor e cidadão. O sistema capitalista, actualmente implementado, na prática, a nível global, é demasiado complexo para ser apenas categorizado como bom ou mau e não nos propomos a tal. As falhas do sistema e as suas consequências na sociedade são inegáveis e é fácil cair numa rotina de crítica, de apontar o dedo sem saber exactamente a quem. A verdade é que o sistema capitalista não funciona autonomamente, separado das comunidades que rege e das pessoas que as integram. O sistema somos nós, e ignorar o nosso papel não só rejeita a responsabilidade que cabe a cada um como também nega a possibilidade de o mudar. Partindo desta premissa, reflectimos sobre o papel do cidadão na sociedade capitalista e as próprias escolhas de consumo como ferramenta para a mudança.

— Esta publicação é resultado da oficina “Ver o que acontece dentro do seu país e para além da fronteira”, desenvolvida no âmbito da disciplina de Design de Comunicação V, 2º semestre, ano lectivo 2015-16, Faculdade de Belas-Artes da Universidade de Lisboa.

— This publication is the final outcome of the workshop “Knowing what happens inside your country and across the border”, within the framework of the discipline Communication Design V, 2nd semester, academic year 2015-16, Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon.

Projecto / Project by: Adriana Geraldes, Filipa Semedo, Marta Vaz, Raquel Fonseca

© dos autores/of the authors
Todos os esforços foram feitos para contactar os legítimos proprietários no que diz respeito aos direitos de autor e permissão de publicação. Se tiver quaisquer informações sobre este assunto, tentaremos incluí-las em edições futuras. // All efforts have been made to contact the rightful owners with regards to copyright and permission. If noted we will amend in any future editions. 

FBAUL – Área Design de Comunicação/Faculty of Fine Arts of the University of Lisbon – Communication Design



O JOGO!

— CAIXA E COMPONENTES —



Manual de Instruções 

— ELES ANDEM AÍ —

Uma CEO de uma empresa de têxteis e um consumidor comum entram numa sala e jogam um jogo de tabuleiro. Quase que parece o início de uma anedota, daquelas que partem de estereótipos e que obrigam o ouvinte a suspender a sua descrença perante cenários caricatos. Mas não é (bem) disso que se trata. “Maria” e “José”, a CEO e o consumidor, respectivamente, são personagens-tipo, mas são também muito mais humanos do que os protagonistas de qualquer anedota. São tão humanos como cada um de nós, pois neste jogo, é a nossa vez de decidir por Eles.

O objectivo do jogo é coleccionar o máximo de pontos de ética e lucro possíveis em cada casa, à medida que se avança no tabuleiro, de modo a terminar a partida com um total de pontos superior ao da equipa adversária.



Vamos Jogar!

— CONSUMIDOR VS. CEO —

Só será possível ponderar quais serão as motivações e as escolhas de José e Maria se primeiro percebermos o contexto em que estes vivem, o contexto de uma sociedade capitalista. Segundo Marx, uma das características fundamentais deste tipo de sociedade é a sua divisão em duas classes: burguesia e proletariado. De facto o capitalismo conduz inevitavelmente a uma divisão cada vez mais evidente entre uma minoria com grande poder económico e a restante população, resultando daí esta mentalidade de que existe um “eles” e um “nós”, uma visão simplificada deste tipo de sociedade em que os primeiros são encarados como vilões e os segundos como vítimas num sistema que, aparentemente, tem vontade própria.

No entanto, é possível mudar esta visão e entender o capitalismo como um sistema flexível em que a própria competitividade entre empresas e abundância de produtos e, consequentemente, opções de escolha, cede um poder inquestionável aos consumidores, numa relação de dois sentidos entre estes e as próprias empresas que lideram o mercado. Ainda assim, resta uma outra provável causa para a reputação quase demoníaca do capitalismo — o papel central que ideias como lucro, dinheiro e crescimento económico ocupam neste sistema. Se, por um lado, estas prioridades são inegáveis, por outro lado não há nada que as impeça de se aliarem a uma consciência ética. De facto, se a curto prazo parece sensato sacrificar a ética em nome do lucro, a longo prazo é possível aliar os dois, apostando num capitalismo ético em que as empresas desenvolvem relações de proximidade e confiança com os clientes, beneficiando todos os agentes do sistema.

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