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Esclerose Múltipla @ Beatriz Correia

Alteração da Fala

Fraqueza e Fadiga

Incontinência Urinária

Dormência Muscular

Problemas Sexuais

Paralisia

Falta de Coordenação

Trabalho Final do Curso Profissional de Fotografia do IPF

Sintomas da Esclerose Múltipla - memória descritiva


A esclerose múltipla é uma doença inflamatória, crónica, auto imune e degenerativa do sistema nervoso. Chamada de múltipla porque afecta muitas áreas dispersas do cérebro e da espinal medula. Manifesta-se por um conjunto de sintomas com impacto na função motora, que acontecem porque o sistema imunológico não distingue células saudáveis de células danificadas, atacando as saudáveis e assim provocando lesões no cérebro, que causam interferências na comunicação entre o cérebro, a medula espinhal e outras áreas do corpo.

É uma doença com um processo irreversível, pois pode resultar na deterioração dos próprios nervos, o que vai causando lesões no cérebro que podem levar à atrofia ou perda de massa cerebral. Os doentes com EM apresentam uma perda de volume de massa cerebral cinco vezes mais rápida do que o normal.

A esclerose múltipla atinge cerca de 2,5 milhões de pessoas no mundo. A doença não tem cura, mas os tratamentos podem ajudar a controlar os sintomas e reduzir o progresso da doença.

Os sintomas são variados, dependendo dos danos e nervos afectados. Neste trabalho foquei-me nas alterações motoras, mais especificamente na espasticidade, que se verifica em cerca de 75% dos doentes. Esta dificulta o andar, dobrar os joelhos, dá uma sensação de peso, rigidez, fadiga nas pernas ou um desequilíbrio ao andar.

Sendo a minha mãe portadora desta mesma doença, esse foi um factor determinante na minha decisão de desenvolver este tema. Ainda assim, quis manter no trabalho uma certa objetivividade, tratando o tema de uma forma simultaneamente informativa e artística.

“You must feel an affinity for what you are photographing. You must be part of it, and yet remain sufficiently detached to see it objectively. Like watching from the audience a play you already know by heart. ”

“Deve-se sentir afinidade pelo assunto fotografado. Deve-se ser uma parte dele, e ainda assim permanecer suficientemente afastado para vê-lo com objetividade. É como ver do público uma peça que já sabe de cór.”

George Rodger, fotojornalista britânico. Referência retirada do livro “Contexto e Narrativa em Fotografia” Maria Short

Depois de ter conversado, tanto com a minha mãe como com pacientes da Sociedade Portuguesa de Esclerose Múltipla, encontrei histórias similares entre eles, de como a doença os afecta e, também, de como as pessoas que não tem a doença ou a desconhecem reagem.

Após toda a pesquisa e recolha de testemunhos, defini com mais certezas o meu objetivo ao trabalhar este tema. Foi então necessário conceber uma forma visual de representar esta doença, o que, para mim, começou a fazer sentido com imagens aparentemente simples e descomplicadas tecnicamente, que mostrassem as manifestações mais comuns e os sintomas mais dispersos associados à espasticidade nesta doença.

Esta é a minha forma de mostrar como a doença afecta a vida de tantas pessoas diariamente, de pessoas como nós.

“A photograph is a subjective impression. It is what the photographer sees. No matter how hard we try to get into the skin, into the feeling of the subject or situation, however much we empathize, it is still what we see that comes out in the images, it is our reaction to the subject and in the end, the whole corpus of our work becomes a portrait of ourselves."

“A fotografia é uma impressão subjetiva. É o que o fotógrafo vê. Não interessa o quanto tentemos entrar na pele, no sentimento do assunto ou na situação, o quão empáticos sejamos, continua a ser o que vemos que transparece na imagem, é a nossa reacção ao assunto e no final, todo o corpus do trabalho torna-se um retrato de nós próprios.”

Marilyn Silverstone, britânica, fotógrafa da Magnum. Referência retirada do livro “Contexto e Narrativa em Fotografia” Maria Short

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